O peso silábico em Shipibo, em hebraico tiberiano e em kashimiri
DOI:
https://doi.org/10.15381/lengsoc.v1i3.26431Palavras-chave:
estresse, categorização prosódica, hebraico, hebraico Tiberiano, Caxemira, peso silábico, shipíbo, sílaba, teoria moraica, teoria da otimizaçãoResumo
Muitos idiomas categorizam suas sílabas fazendo com que elas se comportem de uma maneira especial. Um desses comportamentos é a atração do acento; por exemplo, em idiomas como o latim ou o koya, as sílabas CVC e CVV fazem com que o acento apareça nelas, enquanto as sílabas CV não apresentam esse comportamento. Tradicionalmente, esse comportamento tem sido visto como uma diferença no peso da sílaba. As sílabas que atraem o acento foram chamadas de sílabas pesadas; as que não atraem, de sílabas leves. Mas como podemos explicar formalmente essa categorização? A teoria moraica propõe uma explicação formal para esse comportamento, recorrendo à mora (µ). Assim, uma sílaba pesada é bimoraica (=2µ), enquanto uma sílaba leve é monomoraica (=1 µ). Em outras palavras, o fator que determina o peso silábico é o número de moraes ou o conteúdo moraico. Outra suposição geralmente feita nessa teoria é que uma sílaba é bimoraica ao máximo.
Este artigo tem como objetivo apresentar três gramáticas que apóiam a hipótese de que o peso da sílaba não é determinado apenas por informações moraicas ou conteúdo moraico, como afirma a teoria moraica, mas que informações estruturais não moraicas também são relevantes em algumas gramáticas. Serão analisados os casos do Shipibo e do hebraico tiberiano, que indicam que suas gramáticas precisam apenas de informações não moraicas para categorizar as sílabas. Em seguida, o caso do caxemira será examinado em detalhes. Esse idioma é de enorme importância, pois mostra que sua gramática precisa de informações moraicas e não moraicas, ambas interagindo, para categorizar suas sílabas.
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